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5 mitos sobre sua coluna

Postado em 20 de julho de 2016

Nessa seção vamos falar um pouco sobre alguns mitos que cercam nossa coluna. Às vezes ouvimos alguém comentar alguma coisa sobre algum problema de saúde que aconteceu com Fulano, e que foi super trágico e de difícil seguimento. Assim também todo mundo já ouviu falar de alguém que precisou operar a coluna, sobre ter que fazer repouso quando tem dor nas costas e muitas outras coisas que nem sempre são verdade.

Vou tentar desmistificar alguns temas chave e alguns tabus sobre sua coluna. Então fica esperto:

 

1 – “Minha coluna é fraca”

Nossa coluna é formada por um conjunto de ossos, as vértebras, que são alinhadas e perfeitamente posicionadas sobre os discos de modo a manter a mobilidade e a estrutura da coluna. Mas não é só isso. Também é envolta pela musculatura, chamado CORE, e ligamentos. Essa estrutura complexa e bastante firme serve para dar sustentação ao nosso corpo, nos manter eretos, ajudar no balanço que é preciso para andar e também para proteger as estruturas neurológicas da coluna.

Sua coluna é um belíssimo projeto de arquitetura, que une leveza, movimento e firmeza. Não tem nada de frágil, não tem nada de fraca. Desde que treinada, sua coluna é forte o suficiente para aguentar o peso de toda a parte superior do seu corpo correndo uma maratona por várias horas, e sem prejudicar os nervinhos tão sensíveis que ela protege. Olha só que perfeição.

Mas a coluna não aguenta desaforo. Se você não souber usá-la da maneira correta, ela vai reclamar. Daí que vem as dores.

Treinar sua musculatura de core, ficar atento à sua postura, não forçar a coluna quando por exemplo for pegar algum objeto do chão são algumas dicas preciosas para você não machucar sua coluna.

 

2 – “Eu tenho um problema sério na coluna”

De todos os problemas de coluna, você sabia que mais de 80% deles podem ser resolvidos apenas com mudanças no estilo de vida? É verdade! Atividade física, alongamentos, fisioterapia, Pilates, e medicações dão conta de resolver esses problemas.

Dos 20% que restam, uma parcela precisa de uma ajuda mais intensiva, mas mesmo assim não vão precisar de cirurgia.

No final das contas, a cada 100 pessoas com algum problema de coluna, umas 5 ou 10 vão precisar de cirurgia. Mesmo assim, dos que precisam de cirurgia, a taxa de sucesso é muito alta com os tratamentos disponíveis hoje em dia. E a taxa de complicação é muito baixa.

Hoje em dia, para aqueles poucos pacientes que acabam precisando de um tratamento cirúrgico, a tecnologia que temos à disposição nos deixa tão tranquilos que os benefícios em fazer a cirurgia superam em muito os riscos que o procedimento pode oferecer.

Se você tem alguma dor, desgaste ou desvio na coluna, não se preocupe. Procure seu médico que ele vai orientar o melhor tratamento para você.

 

3 – “Eu tenho escoliose”

A escoliose, que é o desvio em “S” da coluna, na maioria das vezes só pode ser verificada pela radiografia. Seu médico vai precisar medir quantos graus tem a curvatura que apareceu na radiografia. Até 10 graus, nem consideramos o desvio. O que apareceu na radiografia pode ser algum desvio de postura, ou mesmo a posição da máquina que tirou a radiografia. Esses desvios pequenos, que não tem repercussão clínica, geralmente não causam problemas e nem são considerados como escoliose.

Cuidado ao ler os laudos das radiografias e exames. Eles podem ter nomes que ficam na sua cabeça como se fossem alguma coisa grave. A melhor pessoa para explicar seu exame é seu médico. Tire suas dúvidas com ele.

 

4 – “Eu tenho hérnia de disco”

Mais uma vez, o laudo do exame pode te assustar. Parte do processo de envelhecimento natural da nossa coluna é a degeneração dos discos intervertebrais. Quando isso acontece, às vezes os discos criam protusões, e há o aumento de sinais degenerativos na coluna. Esses sinais aparecem no exame de Ressonância Nuclear Magnética de Coluna e ficam descritos no laudo do exame.

Mas na imensa maioria dos casos, não tem nenhuma repercussão clínica: não doem, não causam desconforto, não apertam as raízes nervosas, não causam nenhum déficit neurológico… enfim, são como cabelo branco: sinais do envelhecimento natural da sua coluna.

Por isso temos que ter muito cuidado ao sair fazendo um monte de exames desnecessários, que possam ter alguma alteração natural do processo de envelhecimento do nosso corpo e que não estão causando nenhum problema. Cabe ao seu médico interpretar sua queixa, te examinar e saber se no seu caso há necessidade de fazer algum exame, bem como saber interpretar esses exames da maneira correta.

 

5 – “Se eu operar a coluna vou ficar na cadeira de rodas”

Todo mundo já ouviu alguma história de alguém que operou a coluna e teve alguma complicação. Lembre-se que cada caso é um caso. Hoje com as técnicas cirúrgicas minimamente invasivas para o tratamento das patologias da coluna temos muita segurança em poder oferecer os melhores e mais modernos tratamentos aos nossos pacientes. Os riscos vem diminuindo muito especialmente nos últimos anos, os médicos cada vez mais se especializam e novos procedimentos vem sendo desenvolvidos. O objetivo é melhorar os resultados pós operatórios, com cirurgias cada vez menores, mais rápidas e com menos riscos.

Dr. Antenor Mazzuia

Médico Ortopedista especialista em tratamento da Coluna (CRMSP: 143598 - RQE: 58117 - TEOT: 13794). Atua nas áreas clínica e cirúrgica, bloqueio da dor, cirurgia minimamente invasiva e por vídeo da coluna. Especialização pela PUCCAMP, fez Fellowship em cirurgia da coluna no Queen's Medical Centre (Nottingham, Inglaterra) e curso em cirurgia endoscópica da coluna lombar pelo American Institute of Telesurgery.